Certo dia, São Francisco saiu para pregar num região campestre situada entre Cannara e Bevagna, local onde havia um pequeno descampado rodeado por árvores de variadas espécies. Em dado momento, o santo teve sua atenção despertada para um bando de pássaros, uns pousados nas fronde das árvores, outros voando em revoadas ou espalhados pelo chão no descampado, e todas cantavam com tal alarido que pareciam estar se confraternizando. Para a surpresa de todos, o santo falou a seus discípulos:
“Esperem um momento, vou pregar às nossas irmãzinhas aves!”
Francisco entrou no campo e foi ao encontro das aves pousadas no chão. Mal começou a pregação, as que estavam nas árvores se reuniram às que estavam no chão. Nenhuma se mexia, embora andando ele passasse perto e mesmo chegasse a roçar nelas com a extremidade de sua veste! E dizia às ela:
“Minhas irmãzinhas aves, vocês devem muito a Deus, o Criador, e por isso, em todo lugar que estiverem devem louvá-Lo, porque Ele lhes permitiu que voassem para onde quisessem, livremente, da mesma forma que devem agradecer o alimento que Ele lhes dá, sem que para isso tenham que trabalhar; agradeçam ainda a bela voz que o Senhor lhes proporciona, que lhes permitem realizar lindas entoações Vejam, minhas queridas irmãzinhas, vocês não semeiam e não ceifam. É Deus quem lhes apascenta, quem lhes dá os rios e as fontes, para saciar a sede; quem lhes dá os montes e os vales, para o seu refúgio e lazer, assim como lhes dá as árvores altas, para fazerem os ninhos. Embora não saibam fiar e nem coser, Deus lhes concede admiráveis vestimentas para todas vocês e seus filhos, porque Ele lhes ama muito e quer o bem estar de vocês. Por isso, minhas irmãzinhas, não sejam ingratas, procurem sempre se esforçarem em louvar a Deus.”
Ao final destas palavras, todas as aves, num gesto quase uniforme, começaram a abrir os bicos e esticar os pescoços, ao mesmo tempo em que cantavam e abriam as asas inclinando a cabeça em direcção ao chão, como que a reverenciar o pregador e demonstrar assim que ele lhes havia proporcionado uma grande satisfação.
Ao final, São Francisco benzeu-os com o sinal da cruz e deu-lhes permissão para que se retirassem. Então, as aves levantaram voo e se espalharam pelo céu fazendo evoluções e cantorias com grande animação. Depois, o bando se dividiu em vários grupos e partiu desaparecendo por trás das matas e colinas.
S. Francisco e os Pássaros
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